quinta-feira, 22 de abril de 2010

Dicas de Marc Fortuna aos futuros Cantidatos - 2

Raros são os candidatos que iniciam a campanha analisando propostas ou esboçando um conjunto de idéias para transformá-las em plataforma, imprescindível na elaboração de um projeto de campanha.

Uma plataforma bem elaborada permitirá ao candidato tratar de assuntos locais com mais objetividade e clareza, evitando uma linguagem inacessível ao eleitor comun. As pessoas querem ouvir propostas claras para seus problemas e conhecer candidatos comprometidos com as mudanças estruturais, sociais e políticas. O candidato atrai o eleitor mais por suas propostas no programa que pelas críticas que faz ao adversário.

Explore com mais intensidade suas características pessoais, como gestos e voz, para atrair o eleitor mais rapidamente. Quando tiver dificuldade de se expressar em público, mude a construção da frase para ser mais preciso e direto. Evite erudição nos discursos. A simplicidade é o instrumento mais eficiente de comunicação.

Revise bem os temas antes de conceder entrevistas. Evite temas polêmicos como religião (pela diversidade de credos no país, é um tema que divide o eleitorado), raça (em um país como o Brasil, com grande mistura racial, tratar desse assunto em uma campanha é sempre polêmico ou arriscado), futebol (manifestar-se por determinado time pode descontentar o torcedor do outro; a neutralidade é a melhor opção) ou opção sexual (cuidado para não ser acusado de retrógrado. O eleitor não costuma analisar a sexualidade do candidato para definir seu voto, mas pode condenar um candidato preconceituoso).

Transforme as propostas técnicas em algo simples, de fácil entendimento. Decida rapidamente o slogan e comece a elaborar a campanha, tendo também em mente o aspecto visual da campanha.

O visual tem como objetivo padronizar e facilitar a identificação da campanha com mais rapidez pelo eleitor. Dê preferência às cores do partido. Algumas formas de trabalhar o visual em sua campanha são: marca, slogan, jingle, santinho, adesivos, CD, banner, pinturas de muros, jornal de campanha etc.

Realize encontros com pessoas ligadas a você para definir o seu programa. Devem participar desses encontros colaboradores e voluntários de tendências diferentes para que as sugestões alcancem maior abrangência. Faça um programa responsável, competente e simples, que atenda os anseios do cotidiano da população.

O programa real preocupa-se em fixar metas e as propostas de forma verdadeira. Números inconsistentes, sacados aleatoriamente, comprometem a seriedade das propostas de um candidato. É preciso saber diferenciar o real da ficção. Discuta em seu programa temas como emprego, habitação, saúde, educação, saneamento, meio ambiente, rodovias, cultura, esporte, lazer, desenvolvimento social, abastecimento, segurança pública, agricultura etc.

O candidato precisa conhecer bem cada item do seu programa de governo e ser sabatinado por sua equipe sobre cada um para não ser surpreendido quando for questionado a respeito. Reúna um grupo de profissionais que representem vários setores da sociedade, como engenheiros, médicos, assistentes sociais, educadores, profissionais liberais e outros, para ajudar na criação do programa de governo.

O programa de governo deve ter um título sugestivo e um bom layout de capa. É importante também encaderná-lo e transformá-lo num folheto para ser distribuido durante a campanha. Evite fantasias desnecessárias na divulgação das propostas para não as subestimar.

É recomendado manter uma área reservada apenas para o candidato e para seus assessores mais diretos. Cuidado: é comum durante uma campanha a infiltração de espiões.

Mantenha a discrição e desestimule a euforia da equipe quando o candidato alcançar um bom índice nas pesquisas, pois as consequências de uma eventual queda são desastrosas.

Também é aconselhável que você tenha em sua equipe um coordenador de comunicação. A Coordenadoria de Comunicação deve preparar o esboço dos discursos do candidato, elaborar a resenha para a imprensa, arquivar as notícias e divulgar artigos.

Em uma campanha, duas coisas estão em jogo: poder e dinheiro. Portanto, para não jogar dinheiro fora e não perder o poder, não trabalhe com amadores. Não seja paternalista com quem não entenda de campanha política e dê autonomia vigilada à equipe para evitar dissabores.

Tenha cabeça fria para analisar os programas, que nem sempre vão agradá-lo. Não hesite em dispensar pessoas da equipe, até mesmo os responsáveis pelos programas, quando um erro comprometer irremediavelmente a campanha. Procure incentivar um clima de harmonia, de otimismo e de vitória, sempre que possível, no núcleo da campanha.

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