terça-feira, 8 de junho de 2010

Liderança vs Poder — Mensagem de Marc Fortuna

A última mensagem que enviei não foi corretamente interpretado por alguns dos amigos, por isso, tentarei esclarecer melhor nesta mensagem.



Ser líder é algo extremamente difícil e delicado. Ser líder é ter a sabedoria de liderar seus seguidores e não o poder de mandar em seus subordinados. É saber ouvir, ver e sentir as aspirações e necessidades de seus aliados. Mas acima de tudo é saber respeitar a individualidade de cada um. Deus nos deu o livre arbítrio individualmente e não em grupo e o bom líder tem a sabedoria de respeitar esse livre arbítrio em cada membro de seu grupo.



Alegar que a vontade da maioria deve prevalecer sobre a da minoria não é uma forma de fazer democracia. E o verdadeiro líder deve possuir a sabedoria de saber guiar o seu grupo, respeitando as opiniões de todos e principalmente, sabendo lidar com as diferenças de opiniões, não permitindo que ninguém se sinta excluído no processo de decisões a serem tomadas pelo grupo. Respeitar a individualidade de opiniões de cada um é essencial para a manutenção do processo de confiança, amizade e ordem.



Alguns auto-proclamados líderes confundem o significado das palavras liderança e poder. Colocam-se na função de juízes, de formadores de opinião e acham-se no dever de tomar as decisões pelos demais, impondo seu ponto de vista como verdade única e absoluta a ser seguida. São “lobos em peles de cordeiros”, ditadores disfarçados de democratas e, quando há um impasse em que as opiniões se divergem, tal qual Pilatos “lavam as mãos” afirmando que será feito como desejou a maioria, condenando à cruz das sombras da democracia as opiniões e necessidades da minoria ignorada, apenas para ter sustentabilidade da manutenção de seu status de líder.



O egocentrismo e a falta de evolução espiritual de alguns indivíduos fazem com que estes busquem a qualquer preço preencher esta necessidade psicológica — e muitas vezes fisiológica — de sentirem-se em controle sobre o destino dos demais. É fácil se auto-proclamar um líder, se tiveres dinheiro, fama, família influente etc. Mas isso não é ser líder, é apenas ter um grupo de pessoas que o seguem pelo poder — e não liderança — que exerce sobre eles. Pessoas que o seguem por medo, interesse ou necessidade, e não por respeito, admiração e livre arbítrio.



Ser líder é poder dizer aos seus seguidores que não é errado ter pontos de vista diferente, é ter o poder de mostrar que há sempre um meio termo entre as divergências de opiniões e que trabalhando juntos, aprendendo uns com os outros, chegaremos juntos a este meio termo que nos fortalecerá a unidade do grupo respeitando a individualidade de cada um. Isso é ser líder, é ter a habilidade de mediar as divergências de opiniões sem tentar impor o seu próprio ponto de vista sobre os demais. Não é uma missão fácil, mas é uma missão nobre.



Os verdadeiros líderes através da História não usavam o poder, mas sim a Sabedoria, para guiar seus seguidores. Não sou rico, famoso e nem tenho família influente. Mesmo assim, é de notório saber o trabalho que conseguimos realizar durante nossa gestão no PMDB Itanhaém, resgatando as alas do partido outrora divergentes na cidade, conquistando o respeito de outras legendas e criando vínculos de amizade com diretórios do PMDB espalhados por todas as partes do Brasil. Estes resultados não foram alcançados devido minha história de quase 20 anos de PMDB, mas sim por ter sabido respeitar as opiniões de cada um, por ter sabido ouvir e sentir a necessidade de cada um de meu grupo e, principalmente, ter sabido respeitar e incentivar o livre arbítrio de individual dentro do grupo.



Por isso, teremos nossa reunião antes do dia 13 mesmo após ter feito a declaração do dia 26/05. Nada mudou, apenas quero e vou deixar bem claro para cada membro de meu grupo que respeitarei o livre arbítrio de cada um e que ninguém será forçado a seguir nenhum caminho que não queira seguir. Os que desejarem permanecer no PMDB serão respeitados; os que quiserem partir para outra legenda serão respeitados; os que quiserem manter-se neste momento apartidários serão respeitados. Desta forma, respeitando a individualidade de cada um, nos manteremos unidos — mesmo que aparentemente separados, nos manteremos fortes — mesmo que aparentemente enfraquecidos. Não seria um líder se eu obrigasse meus aliados a fazer o mesmo que eu... deixarei que cada um use de seu livre arbítrio e escolham os seus caminhos, mesmo que esses caminhos não sejam os mesmos que os meus.



Se seguir sozinho, é porque minha missão de liderança foi cumprida e estarei certo de que a cumpri com sabedoria e não com uso do poder, com democracia e não com imposição ditatorial. Se meus passos forem seguidos, é porque minha missão continua e subiremos a montanha caminhando juntos.



A decisão que anunciei no dia 26/05 para mim como indivíduo continua a mesma. Eu, o cidadão Marc Fortuna, mantenho a decisão que fora anunciada: renunciei à minha candidatura a Deputado Federal e estou afastando-me do PMDB neste momento. Isso não significa que estarei indo para outra legando ou que jamais retornarei ao PMDB. Minhas atitudes são consistentes com meus pensamentos. Tenho diletos amigos no PMDB e amo este partido, bem como tenho grandes e verdadeiros amigos em muitas outras legendas e sempre respeitei a soberania de todas estas Instituições Partidárias.



Mas como líder — e não ditador — tenho que saber respeitar a opinião de cada um. E nesta reunião deixarei isso bem claro: o vínculo de amizade que criamos vai além de legendas e órgãos partidários. Os caminhos a serem escolhidos não mudará a história de carinho, respeito e companheirismo que sempre tivemos uns para com os outros e que, certamente, continuaremos a ter.



Marc Fortuna

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